A tendinite calcária nada mais é do que uma deposição de cálcio dentro de um tendão. No ombro isso ocorre com mais freqüência no tendão do supraespinal, mas pode ocorrer nos outros tendões do manguito rotador. Não tem relação com traumas ou acidentes prévios, sendo mais comum em mulheres e não tem relação com outras doenças. Não se sabe ao certo a causa do depósito de cálcio no tendão, existindo algumas teorias, sendo as mais aceitas de que a pessoa possuiria uma predisposição genética ou de que a existência de uma região hipovascularizada no tendão favoreceria o depósito de cálcio.

     O depósito de cálcio ocorre lentamente ao longo de meses. Nesse período de formação, a pessoa geralmente não apresenta sintomas, podendo em alguns casos sentir dor leve, de fácil controle, semelhante a uma tendinite leve.  Depois da fase de formação começa o que chamamos de fase de repouso. Esse período tem tempo indeterminado, podendo levar anos, em que o paciente geralmente está assintomático, a calcificação está estável, não aumentando nem diminuindo. A calcificação é facilmente visualizada nas radiografias ou ultrassonografias do ombro, sendo diagnosticada muitas vezes de maneira incidental, como por exemplo ao se fazer uma radiografia por causa de um trauma e encontra-se a calcificação. Por fim, em algum momento, sendo que também não se sabe ao certo porque e nem quando, se inicia a fase de reabsorção. Nessa fase ocorre um processo inflamatório importante no tendão, com invasão de células inflamatórias que iniciam a absorção do cálcio. O paciente sente uma dor muito intensa e muito aguda nessa fase, fazendo com que ele procure tratamento médico, geralmente indo a um pronto-socorro. Essa dor intensa na maioria das vezes cessa em 1 a 2 semanas, quando o cálcio termina de ser reabsorvido.